Uma cerimônia cheia de emoção reuniu escritores, parentes, leitores e a imprensa durante a entrega do 10º. Prêmio Cidade de Manaus 2021, aos seis ganhadores do Amazonas, realizada pela Prefeitura de Manaus na sede do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), no salão nobre do Palácio Rio Branco, Centro, com o apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), nesta terça-feira (7).
O presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, destacou o esforço da equipe do Conselho de Cultura em otimizar os recursos e realizar mais com menos, seguindo as orientações do prefeito David Almeida. “Esses prêmios chegaram em boa hora e ajudam a impulsionar a economia, premiando os artistas locais e nacionais. Mas, no ano que vem, com a reformulação da Lei de Incentivo à Cultura, teremos um edital com valores mais expressivos para valorizar ainda mais os nossos talentos”, afirmou.
A importância da premiação à literatura, em especial aos novos talentos, foi destacada pelo presidente do Concultura, Tenório Telles. “Foi por meio do Prêmio Olavo Bilac que o Brasil passou a conhecer o talento do Luiz Bacellar, bem como, Guimarães Rosa. Por isso, fizemos todos os esforços para antecipar esta edição de 2021, realizando os pagamentos a tempo de apoiar os escritores num ano tão desafiador”, ressaltou Tenório, que também enfatizou a orientação do prefeito David Almeida de realizar ações que atendam às necessidades do setor da indústria criativa com os artistas e os trabalhadores da cultura.
Além dos valores pagos R$ 3 mil para as categorias regionais e R$ 5 mil nacionais, os livros serão lançados em formato digital no ano que vem.
O esforço em promover e resgatar a literatura foi lembrado pelo vice-presidente do Concultura, Neilo Batista, citando o plano de trabalho do Conselho Municipal de Cultura. A entrega dos certificados também contou com a participação do diretor de Cultura da Manauscult, Jonathas Ribeiro, e do coordenador de Cultura do Conselho, André Martins.
Talentos
A vencedora na categoria melhor livro de Poesia, Grace Cordeiro, estava acompanhada de sua mãe Graça Cordeiro. Indagada sobre ter vencido uma categoria muito concorrida, a escritora disse que a princípio não esperava ter sido agraciada. “Pensei que fosse outra pessoa, eu não acreditava que fosse ganhar. Porque tem mestres, escritores profissionais, então realmente não acreditava que ia ganhar esse prêmio”, comentou.
Outra categoria concorrida, a de Romance ou Novela teve como vencedora a experiente escritora Sandra Maria Godinho Gonçalves, ganhadora da premiação, na edição de 2019/2020, com o romance “Tocaia do Norte”, que também foi finalista do prêmio São Paulo deste ano.
Sobre seu processo criativo e de escolha de tema, ela explicou que o escritor vive em busca de histórias. “A gente fica atento para qualquer coisa que nos comova como ser humano. Como a hospedaria de Paricatuba, onde eu faço um resgate de toda a história junto com a necropolítica e fazendo uma conexão com a nossa história atual em plena pandemia”, disse. Sobre o nível do concurso, bastante concorrido, para ela é algo muito bom, em especial para os novos escritores que buscam a aprovação do mercado editorial e do leitor.
Na categoria melhor Livro Infantil, Cynthia Almeida de Souza fez questão de registrar que seu maior influenciador foi seu avô. “Eu vejo nele muito ainda esse riso fácil, esse encantamento com a natureza. Ele foi minha inspiração, assim como os meninos ribeirinhos, mas a forma como ele me contava e a forma como ele se relaciona com o rio, com a natureza”, revelou emocionada.
O vencedor de melhor Ensaio Sobre Folclore (regional), Rodrigo de Araújo Ribeiro, ressaltou a importância do prêmio para jovens escritores que precisam enfrentar o medo do julgamento. “Tenho certeza de que vou participar de muitos prêmios e escrever muito ainda. Esse prêmio foi uma forma de incentivo para eu continuar nessa caminhada”, avaliou.