Uma semana após incêndio, Mercado Adolpho Lisboa continua sem estrutura para emergências

Reportagem: João Felipe Serrão e Álex Ferreira

Uma semana depois do incêndio criminoso no Mercado Adolpho Lisboa, no Centro, que deixou dois mortos e dois feridos, o local ainda conta com estrutura insuficiente para conter novas situações de emergência. É o que dizem comerciantes e frequentadores do local. A equipe da BandNews Difusora foi ao mercado.

No dia 16 de agosto, em uma terça-feira, o venezuelano Luís Domingo Siso ateou fogo em uma loteria localizada no mercado. As quatro vítimas foram encaminhadas ao hospital, juntamente com o incendiário, que foi espancado pela população. Duas das vítimas morreram posteriormente.

Os vídeos que circularam na internet trazem imagens fortes, pessoas queimadas, jogadas no chão, enquanto outras pessoas tentavam socorrer as vítimas, em meio a uma forte fumaça que se espalhava pelo mercado.

Se o áudio já é assustador, imagina para quem estava no local no dia da tragédia.

É o caso da comerciante Sara Oliveira, que trabalha no Mercado Adolpho Lisboa. No dia, ela estava vendendo em um box próximo à lotérica incendiada.

Sara foi uma das poucas comerciantes que aceitou conversar com a reportagem sobre o assunto. A maioria dos trabalhadores do local ainda está impactada com a tragédia e preferiu não comentar.

No dia da ação criminosa, o tenente do Corpo de Bombeiros do Amazonas, Daniel Araújo, afirmou que o motivo do incêndio teria sido insatisfação do homem por não conseguir sacar dinheiro na lotérica.

Visitando o Mercado Adolpho Lisboa, nenhum extintor de incêndio foi avistado.

De acordo com alguns funcionários do local, que não quiseram se identificar, o mercado não está preparado para casos como o que ocorreu no dia 16 de agosto.

Um comerciante que não quis ser identificado, por medo de retaliações da administração do mercado, afirmou que extintores impróprios pra uso foram levados para tentar apagar o incêndio na lotérica.

Luís Domingo Siso, apontado como autor do crime, com os dois óbitos em decorrência do incêndio, vai responder por homicídio qualificado. As outras duas vítimas seguem internadas no Hospital 28 de Agosto.

Sobre as afirmações de comerciantes em relação à falta de estrutura para situações de emergência no mercado, a BandNews Difusora entrou com contato com a Prefeitura de Manaus e aguarda retorno.