Telemedicina garante acesso a neurologistas em regiões sem os especialistas

O dia 22 de julho é marcado como o Dia Mundial do Cérebro, data que visa informar a população sobre as doenças neurológicas, prevenção e cuidados para elas, que são a segunda causa de morte prematura no mundo, acometendo 9 milhões de vidas por ano, segundo estudo de 2020 publicado na revista científica Lancet Neurology. A telemedicina tem se mostrado essencial para melhorar o acesso a especialistas em saúde cerebral no Brasil, já que 50% deles (neurologistas e neurocirurgiões) estão concentrados apenas na região Sudeste, de acordo com a Demografia Médica no Brasil.

Para João Marcos Ferreira, neurologista de Conexa, maior player de saúde digital da América Latina, a pandemia de Covid-19 trouxe a necessidade de as consultas de rotina serem feitas por meio digital e, mais ainda, ajudou no acesso dos pacientes que moram em locais onde não existem serviços de neurologia.

“As teleconsultas têm se mostrado muito eficazes no acompanhamento desses pacientes. As queixas mais comuns a serem resolvidas à distância estão relacionadas a dores de cabeça, dores crônicas de doenças radiculares (como na coluna), ansiedade, quadros depressivos, pacientes com demência que gera mudança de comportamento, ajuste de doses de medicamentos etc.”, explica.

O especialista ainda conta que é possível serem realizados exames físicos neurológicos à distância, como teste de marcha (avaliação do andar), de força e ectoscopia (observar mudanças físicas no paciente).

“Tudo isso pode ser feito via teleconsulta porque o paciente consegue fazer os movimentos necessários que mostrem o funcionamento de algumas partes do corpo, por meio de comandos do médico. O neurologista pode pedir para o paciente olhar para diferentes pontos e para sorrir com o objetivo de avaliar a simetria da face, por exemplo”. Ferreira complementa dizendo que, para exames de rotina, o teleatendimento também é importante. “Podemos acompanhar pessoas com doenças de características motoras, verificar se o paciente está respondendo bem à medicação, se o portador de Parkinson melhorou da rigidez… Há muitas possibilidades”.

Quando o atendimento presencial com o neurologista é necessário?

As doenças do nervo periférico (neuropatias) e que apresentam múltiplos sintomas motores e físicos são de difícil diagnóstico e exigem consulta in loco. O neurologista é quem poderá orientar a necessidade da ida ao consultório ou aos serviços de pronto atendimento em casos de urgência.