O naufrágio de uma embarcação no Pará que deixou 22 mortos, acendeu o alerta de passageiros que trafegam pelos rios do Amazonas.
Os barcos e lanchas continuam sendo o principal meio de transporte utilizado pela população, mas a falta de segurança e até a clandestinidade são motivos que colocam em risco a vida de passageiros.
No acidente de Cotijuba, em Belém, a lancha funcionava sem autorização das autoridades e alguns sobreviventes relataram que os coletes salva-vidas eram velhos e se rasgaram.
No Amazonas essa realidade não é diferente. A prática é denunciada por pessoas que utilizam o modal aquaviário com frequência. (Ouça)
No fim de semana, a reportagem da BandNews presenciou uma embarcação com excesso da capacidade fazendo o transporte de passageiros.
Luana Oliveira viajou com o filho de 2 anos e conta da sensação traumática que viveu. (Ouça)
Israel Amorim tem família que mora na região metropolitana de Manaus e viaja para o interior do Amazonas diariamente. Ele relata que já precisou usar o equipamento de segurança, mas teve dificuldade. (Ouça)
As viagens na Amazônia ocorrem há séculos por pura necessidade: as áreas mais remotas não têm ligação por estradas. O transporte aéreo, que seria a outra forma, é inacessível à população, que acaba procurando por embarcações baratas e perigosas.
Segundo o presidente da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado do Amazonas (Arsepam), João Rufino, a clandestinidade é uma realidade. Mesmo com as fiscalizações, a população insiste em se arriscar. (Ouça)
A Arsepam monitora o preço das passagens, higiene da embarcação, horário de saída e chegada e a superlotação. O órgão tem feito um levantamento para regularizar o serviço.
A Marinha do Brasil fiscaliza a segurança da navegação, como: verificação de coletes, transporte de cargas, itens de segurança, coletes e outros. Questionada sobre as denúncias da reportagem e a atuação nos rios do Amazonas, a Marinha não respondeu.