Um estudo publicado nos Estados Unidos avaliou a incidência de câncer e os hábitos de quase 600 mil pessoas e concluiu que existe uma estreita relação entre o sedentarismo e doenças malignas. Segundo a descoberta, cinco horas semanais de atividade física moderada poderiam evitar mais de 46 mil casos de câncer por ano naquele país. “Temos diversos estudos, inclusive em pacientes já diagnosticados, que mostram mudança do prognóstico da doença quando comparamos pacientes sedentários e ativos”, afirma a médica oncologista Danielle Laperche.
Segundo ela, o que se sabe hoje é que a atividade física regular tem o poder de controlar a cascata de inflamação dentro do nosso corpo. “Esse processo diminui a produção de substâncias inflamatórias que vão se acumulando em um corpo sedentário, melhora o controle metabólico de gasto energético, de produção e de acúmulo de gordura. Isso culmina no controle da parte endócrina, com diminuição da secreção exagerada de alguns hormônios com efeito favorável ao surgimento de tumores. O exercício é como um regulador endocrinometabólico do corpo”, diz.
Laperche explica que os principais tumores relacionados ao estilo de vida são os tumores de mama, endométrio, colorretal, próstata e câncer de pulmão. “Não por coincidência, esses são também os tumores mais incidentes. Temos um estudo sobre câncer de mama que mostra claramente que as chances de retorno do tumor em pacientes que se mantém ativas são muito menores do que em pacientes sedentárias. O papel do exercício físico na prevenção de tumores é enorme”, explica a oncologista.
Segundo matéria do jornal O Globo, em 2016, uma revisão de estudos no JAMA Internal Medicine concluiu que ser fisicamente ativo diminui os riscos para pelo menos 13 tipos de câncer, e um relatório publicado em 2019 mostrou que essas reduções poderiam chegar a 69%. “Os hábitos de vida impactam fortemente na incidência de câncer no mundo hoje e a população precisa se conscientizar que a atividade física vai muito além de mera questão estética. Se manter ativo é uma medida mínima para aumento da saúde e da expectativa de vida e para prevenção de doenças, desde problemas cardiovasculares e diabetes, como também o câncer”, finaliza Laperche.
Da Assessoria