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Salários baixos, estresse e questões éticas são principais motivos para pedidos de demissão

Por Bianca Gloria

Os brasileiros que decidem pedir demissão de seus empregos ultrapassam 4,3 milhões apenas no primeiro semestre de 2024. A quantidade representa 36% de todas as demissões ocorridas no período.

Em 2023, as demissões somaram mais de 7 milhões, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

As razões para a decisão variam, mas a maioria dos trabalhadores busca novas oportunidades ou se queixa de baixos salários, estresse e problemas éticos no ambiente de trabalho.

O levantamento do MTE revela que questões com a chefia imediata (16,2%) e a falta de flexibilidade na jornada (15,7%) foram apontadas como motivos para o desligamento.

De forma preocupante, 23% dos colaboradores mencionaram adoecimento mental devido ao estresse no ambiente de trabalho.

O caso de uma trabalhadora que preferiu não se identificar, exemplifica a realidade. Após situações de desrespeito e não ter o trabalho valorizado, ela decidiu pedir demissão:

A gerente de recursos humanos Fernanda Almeida afirma que relações com superiores e a Síndrome do Burnout têm sido motivo para as pessoas se desligarem por conta própria dos empregos:

Segundo a psicóloga Flávia Bueno, o estresse crônico e o Burnout são questões cada vez mais comuns no ambiente corporativo:

Flávia Bueno também afirma que muitas vezes a empresa não é o problema, mas chefes diretos e colegas de trabalho tóxicos afetam a saúde mental do trabalhador.

Dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) apontam que aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a síndrome de burnout, uma doença ocupacional reconhecida e classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022. O Brasil é o segundo país com mais casos diagnosticados no mundo.

A pesquisa do MTE mostrou que 71% dos demissionários não contavam com apoio familiar ou renda própria, mas ainda assim optaram por sair.