A Rússia disparou dezenas de mísseis contra a Ucrânia no início desta quinta-feira (29), visando a capital Kyiv e outras cidades, incluindo Lviv e Odesa, no oeste, em um de seus maiores bombardeios aéreos que levou pessoas a correr para abrigos e nocauteou potência.
“Barbárie sem sentido. Essas são as únicas palavras que vêm à mente ao ver a Rússia lançar outra barragem de mísseis contra cidades ucranianas pacíficas antes do Ano Novo”, tuitou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
Os militares da Ucrânia disseram ter derrubado 54 mísseis de 69 lançados pela Rússia em um ataque que começou às 7h, horário local. Sirenes de ataque aéreo soaram em toda a Ucrânia e em Kyiv soaram por cinco horas – um dos alarmes mais longos da guerra.
Autoridades haviam dito anteriormente que mais de 120 mísseis foram disparados contra a Ucrânia durante o ataque.
Em Kyiv, imagens da Reuters mostraram uma equipe de equipes de emergência examinando os destroços fumegantes de casas residenciais destruídas por uma explosão e rastros de fumaça de mísseis pairando no céu sobre a capital.
Em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, os bombeiros trabalharam para extinguir um grande incêndio em uma estação de eletricidade.
Na cidade de Zaporizhzhia, no centro-sul, casas foram danificadas e um míssil deixou uma enorme cratera.
“Acordei com tudo tremendo, desmoronando. Levantei e gritei: ‘Vitia, Vitia (meu marido), cadê você?’ Corri descalço no vidro. Ele apareceu e o vidro estava caindo dele”, disse Halyna, uma moradora local de 60 anos.
Os militares da Ucrânia disseram que a Rússia lançou mísseis de cruzeiro aéreos e marítimos, mísseis guiados antiaéreos e S-300 ADMS em instalações de infraestrutura de energia nas regiões leste, centro, oeste e sul. Os ataques seguiram-se a um ataque durante a noite por drones ‘kamikaze’.
Ondas de ataques aéreos russos nos últimos meses visando a infraestrutura de energia deixaram milhões sem energia e aquecimento em temperaturas muitas vezes congelantes.
“O inimigo apostou muito neste ataque, preparando-se para ele por duas semanas. As forças de defesa aérea ucranianas demonstraram um nível incrível de habilidade e eficiência”, disse o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, no aplicativo de mensagens Telegram.
“Paralelamente, registaram-se pancadas e danos, nomeadamente nas instalações de energia. Em algumas zonas poderão ser aplicadas paragens de emergência para evitar acidentes nas redes. Os nossos engenheiros de energia já estão a trabalhar para reparar tudo”, acrescentou.
A última blitz veio logo após a rejeição do Kremlin de um plano de paz ucraniano, insistindo que Kyiv deve aceitar a anexação de quatro regiões ucranianas pela Rússia.
+ Da Reuters
Foto: Assessor presidencial ucranianoKyrylo Tymoshenko via Telegram/Handout via Reuters