Proposta de escolas cívicos militares municipais em Manaus gera divergência entre especialistas

Por Jefferson Ramos

Uma das principais propostas para educação apresentadas por candidatos à Prefeitura de Manaus é a criação no âmbito municipal das escolas cívico-militares, implementadas a partir de 2019 no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O modelo é visto por especialistas em pedagogia como pouco aberto à diversidade e ao debate plural e democrático, instrumento central em discussões das disciplinas de ciências sociais.

Atualmente, no Amazonas existem seis escolas cívico-militares. Seis em Manaus e uma em Tabatinga. No ano passado, o governo federal encerrou o programa, mas governos estaduais, entre eles, o do Amazonas, manteve o modelo escolar.

O principal defensor da medida é o candidato a prefeito de Manaus, deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), que se comprometeu a instituir o modelo na cidade, caso seja eleito em outubro. A proposta é listada no plano de governo do político sem especificar como se daria a instalação.

A pedagoga formada na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Rita Vieira, ressalta que a criação de uma escola nos modelos propostos por Alberto Neto vai na contramão da experiência mundial que privilegia uma educação crítica e propedêutica.

Coronel Oliveira Filho da Polícia Militar do Amazonas, especialista em educação, garante que os professores e alunos têm o direito à liberdade de ensino e de pensamento em escolas militarizadas, como as cívico-militares.

Há dois modelos de escolas militarizadas na rede pública. Um gerido totalmente, por exemplo, pela Polícia Militar e o modelo cívico-militar que são públicas supervisionadas por militares da reserva das forças armadas.

O modelo é elogiado por pais de alunos por causa dos resultados apresentados. Contudo, especialistas alertam que a realidade essas escolas da realidade da maioria das escolas públicas.