Plínio anuncia decisão da Justiça que pode suspender venda da mineradora de Pitinga aos chineses

Parlamentar entrou com ação para anular venda da mineradora que contém terras raras. Para Plínio Valério, venda à China não passou pelo Congresso, como diz a Constituição

A Justiça Federal do Amazonas determinou que órgãos e empresas envolvidos na venda da mineradora Taboca, responsável pela exploração da Mina de Pitinga, à estatal chinesa China Nonferrous Trade Co. Ltda., prestem informações detalhadas sobre a operação, avaliada em cerca de R$ 2 bilhões. A decisão foi da juíza Jaiza Maria Fraxe, da 1ª Vara Federal Cível do Amazonas, em mandado de segurança impetrado pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM).

O parlamentar questiona a legalidade da transação, que envolve uma das maiores reservas de estanho, nióbio, tântalo, tório, urânio, lítio e terras raras, elementos estratégicos para a indústria tecnológica e militar. Segundo o senador amazonense, a venda não poderia ter sido concluída sem a autorização do Congresso Nacional, como exige a Constituição, que restringe a aquisição de glebas e minerais estratégicos por estrangeiros.

Plínio Valério comemorou a decisão judicial e afirmou que se trata de um primeiro passo para impedir o que considera uma ameaça à soberania nacional. “Fomos pegos de surpresa com a venda da mina de Pitinga para uma empresa chinesa, quando sabemos que ali existem montanhas de rejeitos de urânio, nióbio e todos os elementos de terras raras. A juíza quer que a empresa diga exatamente o que pretende explorar e garanta que não mexerá nesses minérios estratégicos”, destacou.

O senador lembrou ainda que a Mina de Pitinga, localizada a cerca de 300 km de Manaus, foi inicialmente operada por empresas brasileiras, depois passou ao controle de grupos estrangeiros e hoje está no centro de uma disputa geopolítica internacional. “A mina que contém tudo isso foi vendida aos chineses por R$2 bilhões. E ficou por isso mesmo. Mas eu vim aqui para isso, para vigiar, para denunciar, para cobrar e para defender. Acima de tudo, defender o Amazonas”, afirmou.

“Eu, senador da República, não tomei conhecimento dessa venda. Meu direito líquido e certo de congressista foi violado. A Constituição é clara: negócios dessa natureza precisam do aval do Parlamento. É disso que se trata a nossa luta”, afirmou Plínio Valério.

De acordo com o parlamentar, a batalha judicial está apenas começando, mas a decisão representa uma vitória significativa para o Amazonas e para o Brasil. “Estamos cansados de ver nossas riquezas sendo entregues sem transparência”, concluiu.

Da Assessoria