Incentivo à piscicultura beneficiou mais de 2,8 mil produtores com alevinos e pós-larvas no Amazonas

Com o objetivo de fomentar a cadeia produtiva do peixe no Amazonas, o Governo do Estado beneficiou mais de 2,8 mil produtores com alevinos e pós-larvas de espécies prediletas do cardápio local, como o tambaqui e o matrinxã. Em quatro anos, o programa de incentivo da Secretaria de Produção Rural (Sepror) entregou 4,9 milhões de alevinos e 18,3 milhões de pós-larvas em 24 cidades amazonenses.

Conforme o secretário executivo adjunto de Pesca e Aquicultura, Leocy Cutrim, o custeio dos alevinos por parte do Estado é um dos principais incentivos aos piscicultores, que atualmente chegam a pagar de R$ 200 a R$ 300 pelo milheiro.

“O IDAM faz o levantamento da demanda junto aos produtores e também algumas secretarias de produção fazem diretamente a solicitação junto a nós, e a gente envia esses alevinos em sacos com oxigênio. O piscicultor faz o processo da alevinagem até o final do cultivo, seja ele um curumim de cinco meses ou até um roelo de um ano”, destacou.

Para muitos piscicultores, a distribuição dos alevinos é o pontapé para investimentos futuros e uma medida que ajuda a impulsionar a produção em um momento de pós-pandemia de Covid-19.

O piscicultor e agricultor Carlos da Silva, de 58 anos, mora com a família em um sítio no ramal da Cooperativa, na rodovia BR-174, zona rural de Manaus. Há três meses, ele recebeu cerca de mil alevinos de tambaqui, da Sepror.

“Esse incentivo aí, no meu ponto de vista, é fantástico, porque, para a gente, cavar o tanque tendo um pouco de capital não é muito difícil, os alevinos que são mais complicados de conseguir, então eu achei muito bacana esse incentivo para a gente criar os tambaquis”, disse.

Após saber que poderia ser beneficiado, o piscicultor afirmou que solicitou o milheiro de alevinos e recebeu os animais em cerca de duas semanas.

“O projeto é, com um ano, tirar esses [peixes] daqui e, se Deus quiser, com o valor dele, fazer mais um tanque para a gente continuar trabalhando com agricultura e piscicultura. E com ajuda do governo também, que a gente já sabe o caminho, ficou mais fácil para conseguir. É uma ajuda excelente, porque depois da pandemia, muita gente já quis desistir dos sítios, e agora, com o incentivo do governo, já está melhorando para muita gente, principalmente para mim já foi muito bom”, enfatizou o produtor.

De onde vem?

A distribuição de alevinos e pós-larvas obedece a critérios que visam principalmente a garantia de sobrevivência do maior número possível dos mesmos, considerando-se o transporte (terrestre e fluvial) a partir do Distrito de Balbina, localizado no município de Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros da capital) até os municípios de mais difícil acesso.

Para os municípios mais distantes do local de produção são enviadas as pós-larvas. Os alevinos vão para os municípios mais próximos.

Além de Manaus, foram beneficiados produtores de Alvarães, Anori, Boa Vista do Ramos, Borba, Caapiranga, Careiro da Várzea, Castanho, Coari, Codajás, Iranduba, Itacoatiara, Itapiranga, Japurá, Manacapuru, Manaquiri, Maués, Novo Airão, Parintins, Presidente Figeiredo, Rio Preto da Eva, Silves, Tefé e Urucará.

Os alevinos e pós-larvas são produzidos CTTPA, que é uma unidade de referência em reprodução de espécies de peixes nativos, com destaque para o tambaqui, matrinxã e pirapitinga. E além da reprodução, o Centro desenvolve estudos de melhoramento genético e de aprimoramento dos sistemas produtivos das espécies.

O CTTPA também recebe apoio do governo, por meio da Sepror. No dia 13 de junho houve a entrega de 100 sacos de ração, 30 puçás, 16 redes de arrasto para uso na despesca, quatro aeradores, dois computadores, um kit de análise de água e um veículo Ford Ranger para utilização nas diversas atividades do centro.

“A ideia é continuar com programas que visam apoiar e incentivar ainda mais a piscicultura do nosso estado, é reflexo disso que a gente vê o aumento da produção visível. Com a construção de novos viveiros e programas, como a doação onerosa de aeradores feita pela nossa agência e também o nosso programa de de doação de kit de análise de água, as capacitações que estão sendo realizadas dos municípios, isso de uma forma direta e indireta incentiva o piscicultor a participar da atividade da piscicultura”, concluiu Leocy.

Da Assessoria