A maioria da população de Manaus acredita que a floresta em pé é benéfica para o desenvolvimento econômico do Estado. Esta foi uma das conclusões da pesquisa socioambiental encomendada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), financiada pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) e realizada pela Action Pesquisas de Mercado. A pesquisa foi lançada essa semana através de uma live no Instagram da FAS.
O estudo teve como objetivo entender a relação dos moradores da área urbana de Manaus com o meio ambiente e subsidiar proposições de políticas públicas para causas socioambientais.
Entre os entrevistados, 73,5% consideram que a criação de novas áreas de conservação não atrasam o crescimento da economia e 85,6% não acreditam que o desmatamento é necessário para o desenvolvimento econômico. A pesquisa aponta ainda que 72,6% dos entrevistados acreditam que a floresta em pé afeta positivamente a qualidade de vida e a economia do Amazonas.
A pesquisa também mapeou interesses da população que defende a conservação do meio ambiente. São eles: a criação de novas áreas de conservação, limpeza dos igarapés, desenvolvimento sustentável da região, criação de projetos e pesquisas, e desenvolvimento atrelado aos benefícios da floresta.
Áreas Verdes
Para além da questão econômica, os resultados também mostram que as áreas verdes são consideradas benéficas para o bem-estar. Ao todo, 67,3% dos entrevistados acreditam que a floresta impacta positivamente a qualidade de vida da população manauara. Quando o assunto éaárea verde em centros urbanos, 61% consideram o impacto muito positivo. Entre os motivos, estão a produção de sombras (40,6%) e de ar puro (19,7%). Para 75,2% das pessoas ouvidas, ter árvores próximas de casa contribui para diminuir a sensação de calor.
A pesquisa, segundo Virgílio Viana, Superintendente Geral da FAS, traz dados muito importantes sobre o posicionamento dos manauaras contrário ao desmatamento e a favor da conservação do meio ambiente na floresta e na cidade. “Isso é uma mensagem muito importante para todas as lideranças políticas do Estado, nas diferentes esferas de governo, para que observem como nós devemos dar mais importância para a proteção do meio ambiente. É um dado extremamente positivo que a população tenha essa visão de entender a floresta em pé como gerando mais valor do que derrubada”, disse Viana.
Ao todo, foram realizadas 1.003 entrevistas com residentes na área urbana da cidade de Manaus, com idades entre 16 e 70 anos. A pesquisa também considerou recortes por classe socioeconômica, sexo, escolaridade, raça e região da cidade.
Floresta ligada à qualidade de vida
De modo geral, a pesquisa revela que o público aponta para a importância da conservação da floresta na região amazônica, bem como a criação de novas áreas de conservação, a limpeza e restauração dos igarapés e o avanço do desenvolvimento econômico de forma sustentável. Para o público, a qualidade de vida está intimamente relacionada a manter a floresta em pé, frente aos inúmeros benefícios proporcionados pelas áreas verdes.
Dentre eles, a melhoria da qualidade do ar e a redução da sensação de calor são os mais enfáticos. A criação de projetos e pesquisas de desenvolvimento sustentável é o que se faz necessário, visto que muitos acreditam que o futuro do desenvolvimento econômico do estado deve estar atrelado aos benefícios naturais encontrados na floresta. Poucos são os contrários a manter a floresta em pé, tendo como principais argumentos a abertura de áreas para a ampliação da agricultura, pecuária e industrias e dessa forma gerar emprego e renda. Para estes, o turismo que poderia ser atraído pelas áreas verdes não seria suficiente para fomentar a economia e tiram como exemplo o desenvolvimento de países como EUA, que não contam mais com grandes áreas florestais.