Em protesto contra os cortes no Orçamento de 2022, os fiscais federais agropecuários devem reduzir o trabalho em algumas áreas de atuação. A principal reivindicação do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Agropecuários (Anffa) está no corte de verbas e da promessa de reestruturação salarial para os profissionais.
A entidade argumenta que o Governo Federal não tem utilizado critérios de priorização para carreiras de servidores federais.
Em dezembro, o governo anunciou que deve destinar R$1,7 bilhão do Orçamento de 2022 para o reajuste salarial apenas de servidores da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Em Manaus, os Auditores Fiscais Federais são responsáveis pela fiscalização do transporte de cargas nos portos privados e no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. A categoria possui cerca de 13 auditores no Amazonas que já operam no Amazonas com sobrecarga de trabalho. O último concurso e reajuste ocorreu em 2017.
Representantes avaliam que a pauta não é apenas uma questão salarial, mas também uma defesa das atribuições.
De acordo com o delegado sindical Christian Barnadd, parar ou diminuir as atividades no estado, pode representar um impacto direto na Zona Franca de Manaus.
Para o colunista de economia da BandNews Difusora, Marcus Evangelista, a medida também deve impactar o consumidor e elevar o preço das mercadorias.
Um balanço divulgado pela entidade nacional, aponta que só em 2020, o setor foi responsável por gerar 183 mil postos de trabalho e arrecadar R$87,5 bilhões no resultado da economia brasileira.
Atualmente 2.500 servidores da categoria estão na ativa, uma redução de 37,3% nos últimos 22 anos, que já chegou a totalizar 4.040 auditores.
De acordo com o presidente da Anffa Sindical, Janus de Macedo, um canal de diálogo foi aberto com o Governo Federal para solucionar o impasse.
Em todo o país diversas categorias como a de servidores da Receita Federal e do Banco Central já anunciaram que também devem definir um calendário de mobilizações para conquistar reajuste salarial.
O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), que reúne 37 associações e sindicatos, definiu para 18 de janeiro a primeira paralisação com o objetivo de pressionar o governo.
Caso as negociações não avancem, representantes se reunirão, na primeira semana de fevereiro, para realizar novas assembleias e deliberar sobre a necessidade de uma eventual greve geral.
Reportagem: Ricardo Chaves