Uma pesquisa solicitada pelo Instituto Clima e Sociedade ao Poder Data, realizada com 3 mil eleitores de todo o país, mostra que oito em cada dez entrevistados aguardam dos candidatos à presidência da república a apresentação de propostas referentes ao enfrentamento do crime organizado na Amazônia.
O estudo detectou que 81% querem que o futuro presidente da república tenha compromissos efetivos em relação à manutenção da floresta.
A doutora em Ciências Sociais pela Unicamp e coordenadora do Laboratório de Estudos Interdisciplinares da Amazônia na Universidade Federal do Amazonas Marilene Corrêa avalia que as propostas elaboradas pelos políticos precisam ser de longa duração para a Amazônia.
Além disso, Marilene enumera as responsabilidades que o próximo presidente da república necessita ter em relação ao bioma. (Ouça)
Com base em dados expostos pela Cartografia das Violências na Região Amazônica desenvolvida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto Clima e Sociedade, em 2020, os estados que integram a região apresentaram taxas de violência letal mais altas que a média nacional.
Recentemente, um crime marcou a falta de segurança em terras indígenas e áreas remotas, quando indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips foram assassinados.
De acordo com ambientalista e geógrafo, Carlos Durigan, os crimes mais comuns no território são tráfico de drogas, grilagem de terras, exploração de madeira e pescas ilegais. O especialista avalia os possíveis motivos pelos quais as pessoas estão mais atentas às ilegalidades praticadas na região.
Carlos aborda, igualmente, as práticas públicas que poderiam ser adotadas para diminuir a criminalidade no território.
O relatório “Ilegalidade e Violência na Amazônia”, elaborado pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e outras instituições, que analisa a evolução da violência na Amazônia Legal nos últimos 20 anos, mostra que a região tinha níveis relativamente baixos de violência até o final da década de 1990.