BELGRADO/MELBOURNE, 17 Jan (Reuters) – Novak Djokovic voltou a ser bem recebido na Sérvia nesta segunda-feira depois que a Austrália deportou o tenista número 1 do mundo por não ter sido vacinado contra a Covid-19, uma postura que compromete sua busca por um recorde de 21 Grand Slams. título.A maioria dos australianos queria que ele fosse embora, mas os torcedores sérvios aplaudiram e agitaram bandeiras nacionais quando Djokovic pousou no aeroporto de Belgrado e seguiu para seu próprio apartamento.
“Você é nosso campeão, Novak!” e “Nós te amamos, Nole!” eles cantavam, usando um diminutivo afetuoso.
O “Rei de Melbourne”, de 34 anos, havia vencido nove Abertos da Austrália anteriores, está empatado com Rafa Nadal e Roger Federer em 20 títulos, e foi o melhor cabeça de chave masculino para o torneio que começou na segunda-feira.
Mas, em vez de começar a defesa do título como programado no Melbourne Park , ele voou para Belgrado via Dubai depois de ser detido duas vezes em um hotel com requerentes de asilo e depois expulso sem cerimônia pela imigração australiana.
“Quem ganhar agora, não conta”, disse Alek Drakoo, membro da comunidade sérvia australiana, desapontado por não vê-lo em Melbourne.
A decisão do governo australiano estava em sintonia com a opinião pública majoritária, mas as autoridades foram criticadas pelo tratamento caótico da questão.
“Estou desconfortável que o foco das últimas semanas tenha sido sobre mim e espero que agora todos possamos nos concentrar no jogo e no torneio que amo”, disse Djokovic, expressando decepção, mas respeito por uma decisão judicial contra ele.
DE VOLTA À AUSTRÁLIA?
De acordo com a lei australiana, ele não pode retornar por três anos, a menos que o ministro da imigração aceite que existem razões convincentes ou compassivas. O primeiro-ministro Scott Morrison deu a entender que pode haver uma maneira de deixá-lo entrar no próximo ano.
“Existe a oportunidade de (uma pessoa) retornar nas circunstâncias certas, e isso será considerado no momento”, disse ele à rádio 2GB.
A França disse que Djokovic seria impedido de jogar o Aberto da França em maio devido a uma nova lei de aprovação de vacinas.
“Isso se aplicará a todos os espectadores ou esportistas profissionais”, disse o ministério em comunicado .
Ele disse, no entanto, que a situação da pandemia pode mudar até lá.
A decisão do Tribunal Federal da Austrália de manter o cancelamento do visto de Djokovic – originalmente concedido com isenção médica, pois ele recentemente teve COVID-19 – consternou sua família e apoiadores , que o retratam como um azarão perseguido.
“Acho que ele entrou para a história como herói, como homem e como lutador contra esse mal que se chama corona-circo”, disse Marko Strugalovic, 60, no aeroporto de Belgrado.
Djokovic foi detido pela primeira vez pelas autoridades de imigração em 6 de janeiro, liberado por um tribunal em 10 de janeiro e detido novamente no sábado, antes da audiência de domingo.
Ele usou uma máscara e tirou selfies com fãs em trânsito em Dubai, mas evitou fãs e mídia no aeroporto de Belgrado, indo direto para seu apartamento no distrito de Novi Beograd.
O ministro da Imigração australiano, Alex Hawke, disse que Djokovic poderia ser uma ameaça à ordem pública porque sua presença encorajaria o sentimento anti-vacinação.
Seu caso provocou um debate global sobre os direitos de recusar a vacinação, já que as autoridades de todo o mundo a consideram a principal rota de saída da pandemia de dois anos que matou 5,5 milhões de pessoas.
‘VOCÊ TEM QUE RESPEITAR’
Muitos australianos, que sofreram alguns dos bloqueios mais difíceis do mundo e têm uma taxa de vacinação de adultos de mais de 90%, o viram como arrogante e desdenhoso dos riscos à saúde.
Foi uma situação complicada para Morrison, que enfrenta uma eleição em maio, mas ele defendeu como lidou com isso.
“Se você é alguém vindo do exterior, e há condições para você entrar neste país, então você tem que cumpri-las”, disse.
O espanhol Nadal disse que o torneio não seria o mesmo sem seu grande rival.
“Se Novak Djokovic estiver jogando aqui, é melhor para todos, sem dúvida”, disse ele a repórteres depois de derrotar o americano Marcos Giron por 6-1, 6-4 e 6-2 para avançar para a segunda rodada.
Da Reuters
