Manaus registra mais de 300 casos de influenza nos últimos dois meses

A Prefeitura de Manaus registrou, nos últimos dois meses, 309 casos confirmados de Influenza na capital. Destes, 272 são do tipo A sazonal (H3N2). Os outros 37 não foram especificados por subtipo. Dados do Departamento de Controle, Regulação, Avaliação e Informação da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) indicam que a maior incidência foi na faixa etária de 21 a 30 anos, com 113 casos. Entre os idosos de 60 anos e mais, e crianças de até cinco anos, que estão nos grupos prioritários e receberam a imunização contra a doença, o número de casos foi de 12 em cada.

De acordo com dados da Semsa, no período de 13 de outubro a 13 de dezembro deste ano, foram realizadas 2.726 coletas para exames em pacientes sintomáticos, com a confirmação de 309. No mesmo período do ano passado, foram feitas 427 coletas, todas com resultado negativo.  

A titular da Semsa, Shádia Fraxe, alerta para a necessidade de cuidados para se proteger do contágio. “Estamos no período chuvoso, altamente propício à ocorrência de síndromes gripais. É preciso que as pessoas observem as medidas individuais de proteção que já vêm sendo usadas para o novo coronavírus e suas variantes, como o uso de máscara, a lavagem frequente das mãos antes de tocar nos olhos, boca e nariz, e uso de álcool em gel. São coisas simples que podem evitar essas doenças”, orienta.

A secretária lembra que os indivíduos doentes devem manter repouso, ter uma alimentação balanceada e ingerir líquidos, além de evitar contato com outras pessoas em ambientes fechados e aglomerados, evitar a exposição de menores de cinco anos ao clima chuvoso, manter ambientes bem ventilados, caso o indivíduo apresente febre, tosse, dor de garganta, falta de ar ou qualquer outro sintoma associado deve procurar o serviço de saúde para melhor avaliação.

Síndromes gripais

As síndromes gripais se caracterizam por uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório. O paciente pode apresentar febre alta de início súbito, acompanhada por intensas dores musculares e articulares, dor de cabeça, dor de garganta e coriza. Os sintomas podem evoluir para falta de ar e outras complicações respiratórias. As pessoas que possuem algum fator de risco para complicações ou alguma imunodeficiência têm um risco maior e podem apresentar complicações respiratórias associadas à infecção viral.

A gripe é transmitida de pessoa a pessoa, ao falar, tossir, espirrar, principalmente, e pelas mãos que transmitem o vírus por contato direto ou contaminando a superfície e objetos.

A população indígena, gestantes, puérperas, crianças menores de dois anos e idosos são considerados público de maior risco, assim como pessoas que apresentam condições como pneumopatias (incluindo asma), doenças cardiovasculares, doenças hematológicas, distúrbios metabólicos, transtornos neurológicos e do desenvolvimento que possam comprometer a função respiratória, imunossupressão, obesidade, doenças renais e do sangue.

O diagnóstico de Influenza só é possível com a coleta de amostra de nasofaringe, exame indicado apenas para pacientes internados. O diagnóstico clínico de uma síndrome gripal pode ser dado em uma consulta médica.

A medicação específica para tratamento das síndromes gripais é o Tamiflu, distribuído gratuitamente pelo SUS, que pode ser retirado em hospitais públicos e em 23 Unidades Básicas de Saúde da Semsa, com prescrição médica simples em duas vias. É preciso apresentar documento de identificação e Cartão do SUS. O antiviral não é vendido em farmácias.

A lista com os endereços das unidades de referência para atendimento e onde pode ser encontrada a medicação está disponível no link https://bit.ly/3DSxGXt.

Resultados da campanha

Este ano, a campanha de vacinação contra a Influenza teve início no dia 12 de abril, tendo sido estendida até o mês de agosto. A meta era imunizar cerca de 642.003 pessoas de 17 grupos prioritários em Manaus, sendo gestantes, mães no pós-parto até 45 dias (puérperas), crianças na faixa etária de seis meses a menores de seis anos, povos indígenas; trabalhadores da saúde; idosos com 60 anos ou mais; professores das escolas públicas e privadas; pessoas com comorbidades; pessoas com deficiências permanentes; caminhoneiros; trabalhadores do transporte coletivo; trabalhadores portuários; forças de segurança e salvamento; Forças Armadas; funcionários do sistema prisional; população privada de liberdade; e adolescentes sob medidas socioeducativas.

O Sistema Municipal de Vacinação (SMV) da Semsa, aponta que apenas em dois grupos – puérperas (109,60%) e indígenas (93,17%) as metas foram alcançadas. Nos grupos restantes, elencados para essa imunização, não foram alcançados os 90% preconizados pelo Ministério da Saúde. As doses remanescentes foram abertas para o público geral.