A construção de um aterro sanitário na Área de Preservação do Tarumã e suas consequências para o meio ambiente de Manaus foi o principal tema abordado pelos deputados estaduais, na Sessão Plenária, desta quinta-feira (24), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
A deputada Alessandra Campêlo (Podemos) abordou a construção da lixeira na área de preservação do Tarumã pela empresa Marquise que, segundo ela, destruirá o meio ambiente na região.
“Há pouco tempo estávamos discutindo a retirada dos flutuantes no rio Tarumã e agora somos surpreendidos com a construção dessa lixeira. Essa Casa precisa se pronunciar, não podemos permitir que a área seja poluída”, disse.
A parlamentar estadual acrescentou ainda que a instalação de um lixão no local irá prejudicar a população do entorno e que se reunirá com o governador Wilson Lima para falar sobre o assunto, além de propor uma visita de deputados ao local.
“Essa decisão foi tomada na calada da noite, pois ninguém sabia que essa lixeira estava sendo construída no local. Os donos dessa empresa Marquise não moram em Manaus, não se importam se o Tarumã for poluído, por isso irei propor a derrubada dessa licença ambiental para a instalação de uma lixeira no local”, afirmou a parlamentar.
Em aparte, o deputado Rozenha (PMB) disse que não se pode permitir a poluição da bacia do Tarumã. “Existe outro problema que será gerado com essa lixeira na área, que são os urubus que colocarão os aviões que pousam e decolam no aeroporto Eduardo Gomes, trazendo um problema grave para a aviação”, alertou.
Editorial
Em um período de amplas discussões sobre a proteção da Amazônia, de resgate dos direitos dos povos originários e ribeirinhos, além da necessidade de medidas para frear o aquecimento global, as licenças ambientais concedidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) para a construção de um aterro sanitário na BR-174, em área de proteção ambiental de Manaus, sinalizam dar as costas às urgências do planeta. Um contrate negativo aos esforços realizados pelo governador Wilson Lima em transformar seu governo e o Estado do Amazonas em referência de preservação ambiental
Os institutos de meteorologia apontaram nesta semana altas temperaturas para Manaus, com sensação térmica de 49⁰. Ao entender este cenário, líderes de países com território na Amazônia se reuniram, no início do mês, em Belém, no Pará, na Cúpula da Amazônia, para debater políticas ambientais. Enquanto isso, o Amazonas acena com uma medida que pode significar, em um futuro próximo, a contaminação do segundo rio mais importante da capital, o Tarumã-Açu.
A Rede Difusora de Rádio se posiciona a favor de medidas ambientais coerentes e contra irresponsabilidades que possam prejudicar o meio ambiente e a população do Amazonas. O planeta pede socorro!