Homem é condenado a 32 anos de prisão por morte de canoísta britânica, em Coari

Arthur Gomes da Silva, o “Bêra”, foi condenado a 32 anos de prisão pela morte da canoísta britânica Emma Kelty. A atleta inglesa foi morta em setembro de 2017, na zona rural do município amazonense de Coari. A decisão foi proferida pelo juiz Fábio Lopes Alfaia.

“Bêra” era acusado dos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), estupro, ocultação de cadáver e corrupção de menores.

Conforme o processo, o Ministério Público realizou denúncia pelo crime, ocorrido em 13/09/2017, na praia do Boieiro, próximo à comunidade Lauro Sodré, zona rural de Coari, em que a atleta de canoagem estava acampando.

Conforme a denúncia do MP, a vítima era canoísta e decidiu navegar sozinha da nascente à foz do rio Amazonas, em viagem que começou no Peru e terminaria no Brasil. Após ter sido alertada sobre os riscos fez uma postagem em rede social com os dizeres: “Em Coari ou perto (a 100 quilômetros acima do rio) meu barco será roubado e eu serei assassinada. Legal”.

“Infelizmente, as palavras de Emma Kelty se cumpriram e ela foi assassinada e roubada, além de ser estuprada e ter o seu corpo destruído com a finalidade de ocultamento de vestígios do crime. Está-se diante de um dos crimes mais bárbaros cometidos no Brasil, o qual teve repercussão internacional”, descreveu na denúncia o promotor Weslei Machado.

Conforme consta na sentença, o crime foi cometido com uso de arma de fogo e faca, e “já morta, Emma Kelty teve o seu corpo jogado no Rio Solimões, que, devido às suas características, impede a localização de corpos e objetos”.

Em trecho da sentença, o juiz Fábio Alfaia frisa, ainda, que “na análise do conjunto probatório estabelecido, observando-se as substanciosas alegações apresentadas por ambas as partes, forçoso é reconhecer que as provas colhidas são suficientes para a formação de um Juízo Condenatório em desfavor do acusado”.