Invasão de garimpeiros, exploração sexual de menores, falta de acesso à saúde e água potável. Essas são algumas das situações críticas que os indígenas Yanomami enfrentam nos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos, no interior do estado.
Essas denúncias foram relatadas à Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) no final de julho e veio a público na semana passada.
De acordo com a defensora pública Isabela Sales, que atua no Polo do Alto Rio Negro, os Yanomamis também denunciam falta de medicamentos e transporte adequados para conseguir atendimento médico em outras comunidades e vigilância territorial.
Segundo a Defensoria, o garimpo ilegal tem invadido a terra indígena e também trazido consequências como abuso de álcool e outras drogas, além da exploração sexual de menores.
Beto Goes Yanomami, da comunidade Maturacá, fala que a invasão garimpeira pode colocar a etnia em extinção.
Beto Goes reforça que é necessário uma investigação para banir a prática ilegal que ocorre diariamente.
Em junho, a Defensoria instaurou um Procedimento para Apuração de Dano Coletivo (Padac) a fim de investigar possíveis violações aos direitos fundamentais dos Yanomami nos municípios. À época, a DPE identificou irregularidades no atendimento à saúde para as comunidades Yanomami do Estado, além da falta de acesso a registro civil.
Em setembro, a Defensoria vai retornar à comunidade para realizar um mutirão de atendimentos jurídicos, afim de resolver questões como curatela, certidão de óbito tardio e outros atendimentos.