Encontro acontecerá no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, em Manaus, no dia 23 de novembro, e já tem inscrições abertas
Com o intuito de falar sobre temas relacionados ao esporte, sustentabilidade, impacto social e descentralização de recursos, a Rede CT – Capacitação e Transformação – rede de desenvolvimento de empreendedores sociais esportivos para uso de leis de incentivo, convidou esportistas e representantes de movimentos sociais para participarem do 1º Fórum CT. O workshop promovido pela própria rede acontecerá presencialmente no sábado (23 de novembro), no Centro Cultural dos Povos da Amazônia e já está com inscrições abertas.
Para Gigi Favacho, gerente da Rede CT, “trata-se de uma iniciativa bastante importante para conscientizar a sociedade sobre o papel do esporte na promoção de inclusão social, diversidade e equidade”. Segundo ela, “o encontro reunirá quem faz do esporte e das ações sociais uma trajetória de vida. Trouxemos pessoas que estão em contato diariamente com esse mundo, colocando a mão na massa para criar oportunidades e transformar a realidade social das pessoas”.
O Fórum contemplará a participação nos esportes de atletas indígenas. Uma das convidadas para palestrar é Graziela Yaci, do povo Karapanã, primeira atleta indígena a integrar a seleção brasileira na categoria tiro com arco. Atleta desde 2013, faz parte do “Projeto de Arquearia Indígena”, idealizado e coordenado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com a Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fatarco).
“As OCSs precisam visitar e conversar com as pessoas, para entender a realidade de cada povo, e aí trabalhar na capacitação delas. Quantos de nós perdemos oportunidades de fazer parte dessas iniciativas por não sermos enxergados? Quanto mais lugares estivermos, mais holofotes atraímos, seja para as causas que defendemos ou de onde viemos. Dessa forma, mais e mais projetos chegarão em locais onde nunca chegaram antes”.
Cases de sucesso da Rede CT
Duas organizações dentre tantas da região Norte que passaram pelo projeto da Rede CT foram chamadas para participar do workshop. Francileno Taveira Rozeno é o fundador do Instituto Jiquitaia, onde também é instrutor de skate. Estudante de educação física, é skatista desde 1989 e criou o instituto em 2009 para dar assistência a crianças e adolescentes em situação social de risco, por meio de aulas de skate e da realização de ações culturais e de lazer, visando fortalecer vínculos comunitários e contribuir com o desenvolvimento social do bairro do Coroado, em Manaus.
Sobre eventos como o Fórum CT, ele diz que é fundamental, por reforçar ao Poder Público que são os projetos sociais que chegam onde eles pecam e que existem entidades, como a CT, que os valorizam e acreditam em seus trabalhos. “Esse evento despertará a vontade de fazer mais pelas crianças, como é o nosso caso. Temos que trabalhar na base para prevenir desde o início, assim, não lidaremos com a urgência de tentar acabar com esses problemas tarde demais”.
Jander Manauara é diretor cultural da Associação Intercultural de Hip Hop Urbanos da Amazônia (AIHHUAM), entidade fundada em 2009 que promove a cultura do hip hop e breakdance como ferramentas de inclusão social e transformação. A organização busca empoderar jovens através da dança, promovendo saúde, autoconfiança e disciplina, e utiliza a arte como meio de solucionar problemas sociais na Amazônia.
Ele falou sobre o que pode ser feito para melhorar o cenário das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) no Brasil: “Devem-se encurtar os caminhos entre as organizações, o campo filantrópico e o terceiro setor ativo. Isso pode ser atingido por meio da educação social e do fortalecimento de redes, como é o próprio caso da CT, que capacita e fomenta uma rede extensa, mas que se depara com um ponto crucial: o investimento centralizado. Por esse caminho, será possível distribuir melhor os recursos das leis de incentivo fiscal, por exemplo, para as regiões que mais precisam, Norte, Nordeste e Centro-Oeste”.
A associação terá como representante no encontro Adriele Albuquerque, conhecida como Bgirl Drika, é produtora cultural, graduada em dança pela UEA e pós-graduanda em Gestão Cultural, pesquisadora do corpo feminino no Breaking e primeira amazonense convocada para a seleção brasileira de Breaking. Hoje, é gestora do Ritmo 3 Crew Sem Fronteiras, professora, palestrante e gestora de projetos na AIHHUAM.
A Rede CT ainda realizará outro encontro com o tema principal “Paradesporto e Acessibilidade”, em Brasília, em 5 de dezembro. Para mais informações sobre as inscrições e a programação completa, acesse: www.capacitacaoetransformacao.org.
Da Assessoria