O veto permanente da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, à recuperação da BR-319, como medida estruturante para amenizar o isolamento dramático dos amazonenses devido à falta de navegabilidade dos rios na estiagem, foi criticado pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM). Marina integrou a delegação com outros cinco ministros, encabeçada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, para anunciar ações emergenciais e paliativas de socorro à situação de catástrofe em todo o sistema hídrico da região. O parlamentar afirmou que o governo federal anunciou auxílios para moradores das regiões afetadas, mas impede obras como o asfaltamento da rodovia, que reduziria o isolamento dos habitantes.
“A ministra Marina Silva é um instrumento de uma máquina internacional que visa isolar a Amazônia. É um boneco nas mãos de ventríloquos e faz o que lhe mandam de fora para dentro, porque faz e obedece a quem fornece o dinheiro, que estende o tapete vermelho, que concede prêmios, que audita as contas de ONGs que continuam enriquecendo à custa de uma população pobre”, acusou Plínio.
Segundo Plínio Valério, os problemas causados pelo drama da seca persistirão no próximo ano e poderiam ser amenizados se os amazonenses tivessem uma via terrestre que Marina nega há décadas, baseada em laudos encomendados, opiniões falsas e mentirosas, além de alegações midiáticas, que afirmam que a recuperação da rodovia teria um impacto ambiental tremendo. Ele explicou que a população do estado consegue chegar à Venezuela, mas não ao resto do Brasil sem a via terrestre, o que agrava a chegada de socorro para as vítimas da seca. A BR-319 liga Manaus a Porto Velho, sendo a única porta de saída para o Brasil.
“Se tivéssemos a BR-319, que Marina nos nega há décadas, não enfrentaríamos tantos problemas que poderiam ser amenizados por via terrestre. Os alimentos que não podem ser transportados pelo rio ou pelo navio poderiam ser levados por caminhões e carretas. No entanto, isso não ocorre porque o Ministério do Meio Ambiente conseguiu suspender a licença temporária que o Ibama havia concedido para o asfaltamento da BR-319”, disse Plínio, acrescentando que a BR existe há 40 anos e não é necessário derrubar uma única árvore.
“Isso é pura hipocrisia, pois não querem a BR-319 devido à falta de liberdade de uma população que merece e tem direito a ela. Nós, amazonenses, estamos isolados do resto do Brasil. Não podemos chegar a lugar nenhum por terra. É possível ir para os países vizinhos, mas não no Brasil, porque Marina Silva não quer e não permite”, afirmou o senador amazonense.
Dos 62 municípios do Amazonas, 56 estão em situação de alerta. Já houve mortes devido a deslizamentos causados pela erosão em Beruri. O senador também lamentou que a BR-319 não tenha sido incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
Da Assessoria