Dia 26 de junho é o Dia Nacional do Diabetes, doença crônica decorrente da deficiência na produção ou resistência na ação do hormônio insulina, produzido no pâncreas, que atinge 8,9% da população brasileira. Por causa desta data, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) alerta para os sinais, cuidados com a saúde, prevenção e o tratamento da doença na Atenção Básica.
A endocrinologista infantil Julia Fernandes, que atua no Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic+) Dr. Afrânio Soares, explica que existem alguns tipos de diabetes, sendo mais comuns os tipos 1 e 2.
“O mais prevalente é o diabetes do tipo 2, mais comum em adultos e idosos. É um diabetes adquirido sobretudo por conta de maus hábitos de vida, como obesidade, sedentarismo e tem uma forte tendência genética. O diabetes do tipo 1 é o segundo mais comum, é o mais frequente em crianças e adolescentes, tem causa autoimune, não é causado por alterações de hábitos de vida e tem pouca tendência genética. Nesse caso, existe uma destruição das células do pâncreas onde existe a produção desse hormônio insulina”, explica a médica.
Sintomas
Emagrecimento repentino, aumento da vontade de urinar com mais frequência (diurese excessiva), fome e sede são sinais da doença. Segundo a médica, a Diabetes algumas vezes não apresenta sintomas ao longo dos anos, como no tipo 1, sendo necessário realizar exames laboratoriais, pelo menos uma vez ao ano, para verificar os índices de açúcar no sangue e obter o diagnóstico para início do tratamento.
A endocrinologista reforça a necessidade de redobrar a atenção no caso de familiares com a doença. “Com um exame simples de glicemia em jejum é possível diagnosticar diabetes. Nele a gente consegue observar se existe alguma alteração nos níveis de açúcar no sangue. Os pacientes que já tem uma tendência familiar para diabetes, tem que ficar mais atentos mesmo e fazer esses exames periodicamente para, caso houver alguma elevação, já possam ser feitos outros exames complementares que ajudem no diagnóstico de diabetes”, destaca.
Cuidados
A médica ressalta ainda que a doença pode levar a complicações se não houver o tratamento correto. Um dos problemas mais comuns é o Pé Diabético, infecções ou problemas de circulação que ocorrem nos pés de pessoas com diabetes não controlada. Em casos mais graves, a alteração pode levar à amputação dos membros.
Uma das formas de tratamento é controlar a glicemia uma vez que a alta concentração de glicose (açúcar) na corrente sanguínea pode causar sérios danos à saúde. A mudança de estilo de vida é fundamental para prevenir e regular a doença. Cuidados com a alimentação, a prática de exercícios físicos e a disciplina devem se tornar hábitos, sobretudo, para quem tem tendência familiar para a doença e são fundamentais para garantir qualidade de vida ao paciente diabético.
Assistência
O tratamento no Sistema único de Saúde (SUS) inicia e está disponível na Atenção Primária à Saúde, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Após o diagnóstico, o usuário com complicações da doença será encaminhado via Sistema Nacional de Regulação (Sisreg) para atenção especializada, seja para consulta com médicos especialistas ou acompanhamento multidisciplinar no Programa Pé Diabético, realizado em seis policlínicas da SES-AM.