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Desmatamento recorde na Amazônia reforça o papel das áreas protegidas para garantir conservação

A Amazônia vem sofrendo recordes de destruição nos últimos anos. Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, divulgados nesta semana, mostram que nos últimos 12 meses, de agosto de 2021 a julho de 2022, foram derrubados 10.781 km² de floresta, a maior área devastada dos últimos 15 anos para o período, sendo 3% superior à registrada no relatório anterior.

Segundo o SAD, em julho de 2022, a maioria (62%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos (25%), Unidades de Conservação (11%) e Terras Indígenas (2%). “Como vemos, as áreas protegidas conseguem se manter com um índice bem menor de desmatamento, se comparadas a outras áreas, apesar de sofrerem cada vez mais pressão. Isso ressalta a importância de apoiar a proteção e gestão dessas áreas, das comunidades e modos de vida local e negócios associados à floresta em pé”, afirma Neluce Soares, coordenadora do Legado Integrado da Região Amazônica (Lira), Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ).

Um relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), publicado no dia 17 de agosto, que reuniu e analisou ocorrências que vão desde a exploração ilegal de recursos até os danos ao patrimônio indígena, revela que as invasões e ataques contra as terras indígenas aumentaram pelo sexto ano consecutivo e chegaram a 1.294 casos registrados em 2021.

Para reverter o problema, uma das estratégias do Lira é transformar as áreas protegidas, ou seja, terras indígenas e unidades de conservação, em um polo de desenvolvimento regional e territorial. “Se a população local tiver uma renda eficiente e esses povos forem fortalecidos, há menor chance de invasão e, consequentemente, desmatamento. A consolidação dessas áreas vai além da proteção ao desmatamento, pois representam culturas, línguas, economia, governança, presença do Estado e conservação da biodiversidade”, diz Neluce.

O Lira tem como objetivo – junto a uma rede de parceiros de vários setores, que atuam no território, inclusive o Imazon – conservar a floresta, a biodiversidade, a função climática da bacia Amazônica e o desenvolvimento socioambiental e cultural de povos e comunidades tradicionais. “Valorizar e fortalecer quem protege e cuida da floresta é uma maneira de diminuir o processo destrutivo”, afirma Soares.

Da Assessoria