Defensoria promove ação de educação em direitos para mulheres em Manacapuru

No dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira (8), a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), por meio do Polo Rio Negro-Solimões, realizou uma ação de educação em direitos voltada à saúde da mulher gestante em Manacapuru. Além de rodas de conversa e cursos de capacitação focando no combate à violência obstétrica, a atividade contou ainda com a exposição “Faces do Nascer”, que vai ficar aberta para visitação até o fim de março.  

O evento foi realizado no Centro Cultural de Artes e Tecnologia (Catec) de Manacapuru. A subdefensora geral, Manuela Veiga Antunes, o prefeito do município, Beto D’Ângelo, e outras autoridades prestigiaram o encontro. Em seu discurso, a subdefensora geral elogiou a iniciativa, destacando a força e a importância de se falar das lutas femininas.  

“Ser mulher é ser influência da mãe e todas as mulheres incríveis que nos cercam. Na hora do parto, a mulher está em seu estado mais cru e vulnerável e é nesse momento que devem ser assegurados todos os mecanismos para que tudo ocorra de forma íntegra e digna. E a Defensoria está aqui para falar de direitos e assegurá-los”, disse Manuela Veiga Antunes. 

“A gente agradece a Defensoria pela parceria e destaca essa importância de falar de violência obstétrica, que é uma das nossas lutas. A gente espera que esse tipo de trabalho continue acontecendo porque é uma forma de levar esclarecimento à nossa população”, complementou o prefeito Beto D’Angelo.  

Coordenadora do evento, a defensora pública Gabriela Gonçalves explicou que a proposta é levar informação às mulheres manacapuruenses e também capacitar os profissionais de saúde do município para que a assistência às pacientes, principalmente na hora do parto, seja realizada de forma humana e empática.  

“Por isso nós pensamos em promover esse trabalho no Dia da Mulher, porque estamos falando de uma luta. Nesses dois dias (8 e 9), estamos conversando, chamando as pessoas para perto dessa discussão porque, além da assistência jurídica, o papel da Defensoria também é o da educação. E o Polo Rio Negro-Solimões tem feito isso aqui no município e está sempre à disposição”, afirmou.  

Exposição

Uma das atividades que chamou atenção durante o evento foi a abertura da exposição “Faces do Nascer”, que traz relatos reais de mulheres que passaram por situações de constrangimento e agressões na hora do parto, por meio de registro fotográfico. A exposição foi lançada ano passado pelo Comitê de Enfrentamento à Violência Obstétrica. “O Comitê, juntamente com o Polo Rio Negro-Solimões, está trazendo esse trabalho para o município, para promover a reflexão sobre esse tema tão sensível. A gente espera levar para outras cidades e, assim, disseminar a informação sobre o que é e como combater esse tipo de violência”, afirmou uma das coordenadoras, defensora Suelen Paes.  

A defensora Caroline Souza, que também coordena o comitê, destacou que a violência obstétrica pode ser evitada e assim, vidas podem ser preservadas.  

A exposição ficará aberta a visitação até o final de março, das 8h às 17h, no Catec.   

Roda de conversa

Após a abertura da exposição, defensoras, representantes de instituições como Polícia Civil, Cras, Secretaria Municipal de Saúde e a população em geral participaram de uma roda de conversa sobre violência contra mulher. 

As participantes puderam compartilhar suas vivências pessoais durante o parto e discutir sobre como melhorar a assistência às mulheres em situação de vulnerabilidade, principalmente na hora de dar à luz.  

“Eu vivi e vi mulheres da minha família passarem por situações constrangedoras no parto. Hoje, sou assistida pela Defensoria e vim aqui porque acho necessário falar sobre o assunto para ajudar outras mulheres que passaram por algo do tipo”, comentou uma das participantes. 

Ainda nesta quarta e quinta-feira, a Defensoria promoveu um curso de capacitação em parceria com o Coletivo Humaniza, voltado aos profissionais de saúde do município. O curso aconteceu no auditório da Semsa Manacapuru.  

“Esse tipo de capacitação é extremamente salutar para que possamos orientar os profissionais sobre algumas práticas na assistência que não são aceitáveis. Hoje, o Amazonas figura entre os cinco primeiros estados com mais mortes maternas, infelizmente, mas buscamos reduzir esses índices levando informação para o público”, afirmou a ativista Marília Freire, do Humaniza. 

Da Assessoria
Fotos: Evandro Seixas-DPE/AM