A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) intensifica as ações de controle ao mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, da zika e da chikungunya. O estado registrou um aumento de 43% nos casos de dengue nos últimos dois anos, pelo menos 20% dos quais notificados na capital, Manaus.
Foram 10.251 casos de dengue notificados em 2020. Já em 2021, o número do indicador subiu para 14.740 notificações. Os dados constam no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), oficial do Ministério da Saúde para esse tipo de registro, e são informados pelas Vigilâncias em Saúde municipais para a FVS-RCP, que consolida os registros.
Somente em Manaus, foram 2.236 casos (22%) em 2020, e 5.706 (39%) em 2021. Alguns dos sintomas da dengue podem se manifestar de forma semelhante aos da Covid-19, como dores nas articulações, dores musculares e febre. O paciente com dengue pode também apresentar manchas pequenas na pele e problemas no trato intestinal, como diarreia. Já a tosse e falta de ar são mais comuns na infecção pelo novo coronavírus.
De acordo com o diretor técnico da FVS-RCP, Daniel Barros, a prevenção é fundamental para evitar a infecção pelo Aedes aegypti diante da pandemia de Covid-19. “As duas doenças são virais e muito inflamatórias. Quem tem dengue e se contamina com o novo coronavírus tem mais chances de sentir o agravamento da doença. Então, a prevenção é o melhor caminho”, afirma.
Prevenção
Daniel destaca também que o Amazonas enfrenta período chuvoso, também conhecido como inverno amazônico, que segue até maio. O acúmulo de chuvas é cenário favorável para a proliferação do Aedes aegypti, já que, nessa época, é observado aumento de casos da doença.
“A FVS-RCP está empenhada na intensificação das ações, mas é preciso que a população faça a vistoria dentro e fora das suas casas, procurando espaços com acúmulo de água que podem ser locais de proliferação dos mosquitos”, acrescenta.
De acordo com a gerente de Doenças de Transmissão Vetorial da FVS-RCP, Luzia Mustafa, estão programadas visitas técnicas para os municípios do interior do estado com o objetivo de dar suporte às ações das secretarias municipais de saúde no controle da doença.
“As ações de intensificação de combate ao vetor incluem borrifações com inseticidas, visitas domiciliares com ações de educação em saúde nos municípios, sempre destacando a eliminação de criadouros a partir de tratamento focal com larvicida”, destaca Luzia.
Cenário
Em 2021, os municípios do Amazonas que mais registraram notificações de dengue foram: Manaus (5.706), Tefé (1.248), Tapauá (936), Envira (698), Iranduba (670), Manicoré (669), Guajará (514), Manacapuru (479), Jutaí (471) e Lábrea (457).
Zika e chikungunya
Também foram registrados aumentos nos casos para zika e chikungunya no Amazonas no comparativo nos últimos dois anos. Foram 111 casos de zika em 2020, e 213 em 2021. Já em relação aos casos de chikungunya, foram identificados 28 em 2020, e 359 em 2021.