O Amazonas é o estado que mais tem devastado a floresta nos últimos meses. Dados divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostram que a Amazônia Legal já perdeu 3.360 quilômetros quadrados de mata nativa em 2022. Para se ter noção, é como se a região perdesse o equivalente a dois mil campos de futebol por dia.
O levantamento apontou que o Amazonas teve o maior aumento de desmatamento durante o mês de maio. Foram mais de 550 quilômetros quadrados apenas no estado, que corresponde a 38% do desmatamento na Amazônia Legal durante o mês.
O físico e especialista em mudanças climáticas, Paulo Artaxo faz um importante alerta: essa devastação já tem surtido efeito em grandes tragédias naturais que cidades do Brasil afora tem enfrentado.
Em comparação com maio de 2021, o aumento de desmatamento registrado no Amazonas foi de 109% no mesmo período. Quatro municípios do Amazonas estão na lista dos que mais derrubaram a floresta em maio, na Amazônia Legal, são eles: Apuí, Lábrea, Novo Aripuanã e Manicoré.
Lábrea e Apuí estão localizadas no sul do Amazonas, região que é um dos principais palcos da devastação da Amazônia, como destacou o coordenador de comunicação do Observatório do Clima, Claudio Ângelo, durante a semana do meio ambiente à BandNews Difusora.
O Observatório do Clima mostrou que o Brasil, na contramão do mundo, teve um aumento de 9,5% nas emissões de gases poluentes em 2020, em plena pandemia de covid-19, segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa. O principal motivo foi o desmatamento.
A média global de emissões sofreu uma redução de 7%, por causa das paralisações de voos, indústrias e serviços ao longo do período.
Cláudio destaca algumas consequências do intenso desmatamento na região amazônica.
E a tendência do desmatamento é piorar este ano. De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, maio foi apenas o primeiro mês do período de seca na região, quando as ocorrências de desmatamento costumam se intensificar.
Mais a frente, tem o “verão amazônico”, que encerra entre setembro e outubro.
Ainda segundo o instituto, o fato de 2022 ser um ano eleitoral favorece o aumento do desmatamento, pois as fiscalizações tendem a diminuir.