Extensas praias, escassez de alimentos e uma caminhada quilométrica para conseguir água para beber.
Assim tem sido a rotina de ribeirinhos da cidade de Benjamin Constant, no extremo oeste do Amazonas, região da tríplice fronteira com Peru e Colômbia.
O município decretou situação de emergência por causa do período de vazante dos rios, que já afeta mais de 12 mil pessoas de 57 comunidades.
Morador de Porto Praia, Vinicius Trindade é um dos prejudicados. Ele conta que para conseguir água potável é preciso caminhar por horas. (Ouça)
De acordo com a defesa civil do Amazonas, além de Benjamin Constant, outras 42 cidades do estado sofrem com baixo nível dos rios e estão em situação de alerta.
O isolamento e desabastecimento sãos as principais consequências.
Com a estiagem, barcos que saem da capital Manaus, transportando passageiros e mercadorias, não conseguem chegar até essas cidades, dificultando a vida de ribeirinhos.
Segundo o secretário de Defesa Civil de Benjamin Constant, Ricely Leandro, os comerciantes buscam alimentos e combustível em outros países que fazem fronteira com o Brasil, na região da cidade vizinha de Tabatinga.
A escassez causou até o fracionamento na cidade. (Ouça)
O preço do transporte fluvial, único meio disponível para chegar a Benjamin Constant, subiu de R$ 35 para R$ 70, porque o trajeto agora é mais longo por causa da seca.