Alguns russos da era militar foram para o exterior nesta quinta-feira (22), para escapar da maior campanha de alistamento militar de seu país desde a Segunda Guerra Mundial, enquanto explosões abalavam o sudeste da Ucrânia na véspera de referendos planejados por separatistas pró-Moscou.
A nova campanha de mobilização do presidente Vladimir Putin intensifica uma guerra que já matou milhares, deslocou milhões, pulverizou cidades, danificou a economia global e reviveu o confronto da Guerra Fria.
Embora as pesquisas tenham sugerido amplo apoio doméstico para a intervenção da Rússia na Ucrânia, o recrutamento em massa pode ser um movimento arriscado, depois que o Kremlin prometeu que isso não aconteceria e uma série de fracassos no campo de batalha na Ucrânia.
“Toda pessoa normal está (preocupada)”, disse um homem, identificando-se apenas como Sergey, desembarcando em Belgrado após um voo de Moscou. “Está tudo bem ter medo da guerra.”
Protestos contra a guerra em 38 cidades russas viram mais de 1,3 mil pessoas presas na quarta-feira (21), disse um grupo de monitoramento, com mais planejados para o fim de semana. Alguns dos detidos foram ordenados a se apresentarem aos escritórios de alistamento na quinta-feira, o primeiro dia completo de alistamento, disseram agências de notícias independentes.
O ministro da Defesa de Putin disse que a convocação visa recrutar cerca de 300 mil homens.