Comprometido com a promoção da equidade de gênero na Ciência, em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos na Agenda 2030, o Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) preparou uma programação, que ocorrerá ao longo deste ano, para comemorar o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência (11), Dia Internacional da Mulher (8/03) e Semana Nacional de Ciência & Tecnologia.
As atividades serão viabilizadas por meio do Projeto “Meninas e Mulheres Amazônidas na Ciência: Resgatando o passado para inspirar o futuro”, aprovado na Chamada Interna da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Mais Meninas na Fiocruz 2022, que visa dar acesso e assegurar a participação plena e igualitária de mulheres e meninas na ciência e tecnologia.
Como primeira atividade será realizada virtualmente, seguindo as normas sanitárias devido à pandemia da Covid-19, a live Mulheres e Meninas na Ciência no Contexto da Amazônia, que abordaráa presença das mulheres e meninas na ciência, no contexto amazônico, com palestras de pesquisadoras e estudantes de diferentes idades, sobre suas distintas frentes de atuação na pesquisa científica. A transmissão ocorrerá no dia 11/2, às 14h, no Canal do You Tube do ILMD Fiocruz Amazônia. Além disso, a Fiocruz Amazônia realizará uma campanha de mobilização virtual nas redes sociais, em prol do protagonismo de pesquisadoras da unidade.
A live terá mediação da médica sanitarista, Adele Schwartz Benzaken, diretora do ILMD/ Fiocruz Amazônia e, contará com apresentações da pesquisadora Rosângela Aparecida Hilário, professora da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e, membro do comitê executivo, da Rede Brasileira Mulheres Cientistas (RBMC); Fabíola Nakamura, pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e coordenadora do Projeto Cunhantã Digital; Priscila Aquino, coordenadora do Programa de Iniciação Científica (PIC/ ILMD Fiocruz Amazônia); e Cláudia Patrícia Araújo Crainey, aluna de Pós-Graduação da instituição.
Adele Benzaken destaca a importância da data como um referencial de inspiração para as mulheres. “O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência foi instituído pela ONU com o objetivo de honrar as mulheres que contribuíram e se destacaram na Ciência e para inspirar e engajar meninas a seguirem nesta área. O ILMD/Fiocruz Amazônia, assim como toda a comunidade Fiocruz brasileira, não poderia deixar de realizar atividades que relembrem da dificuldade das mulheres, principalmente as amazônicas, de vencer inúmeros preconceitos e barreiras estruturais para ocupar postos e ter status de cientistas”, afirmou.
A médica ressalta que no ILMD/ Fiocruz Amazônia, há uma maioria feminina significativa. “Temos um contingente feminino na instituição de 64% de mulheres, entre pesquisadores, bolsistas, terceirizados, prestadores de serviços, todas engajadas na força de trabalho do ILMD. No universo de alunos matriculados, esse percentual aumenta para 72% de mulheres nos cursos de pós-gradução”, observa.
O objetivo do projeto é promover a inserção de mais meninas e mulheres na carreira científica, por meio da oferta de atividades de comunicação e popularização da ciência de forma criativa e lúdica, com a finalidade de levar ao público, o conhecimento produzido pela Instituição, com enfoque na carreira de mulheres no contexto da Amazônia. Os resultados serão apresentados durante a Semana Nacional de Ciência & Tecnologia (SNCT) em outubro.
“A ideia é dar visibilidade para essa temática, além de discutir e estimular a participação de mais meninas na ciência. É importante que a gente consiga mostrar que o mundo feminino está presente na ciência e, às vezes somos subrepresentadas nas entrevistas, nas ações, nos fomentos. A gente sabe das dificuldades de meninas e mulheres traçarem esse caminho, diante de uma sociedade machista. Mulheres usualmente vão ficar grávidas, esse período é um momento de dedicação aos filhos, também são elas que carregam as tarefas domésticas e, isso faz com que tenhamos múltiplas tarefas, não nos tornando bem quistas no ambiente acadêmico, que é bastante competitivo”, explicou Stefanie Lopes, coordenadora do projeto e vice-diretora de Pesquisa do ILMD.
MOBILIZAÇÃO NAS REDES
No dia 11/2, o ILMD/ Fiocruz Amazônia, iniciará em suas redes sociais, uma série de Posts, apresentando a biografia de pesquisadoras na Amazônia. A campanha terá como primeira homenageada, a pioneira Maria José von Paumgartten Deane, cientista brasileira, natural do estado do Pará, que junto ao marido (Leônidas), deu nome à unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Amazonas.
Uma das mais importantes descobertas da pesquisadora Maria Deane foi registrada em 1984, quando atuava como chefe do então Departamento de Protozoologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). O estudo descreve pela primeira vez o duplo ciclo de multiplicação do agente etiológico da doença de Chagas, o Trypanosoma cruzi, no gambá, reservatório mais antigo do parasito. Os resultados esclarecem a dinâmica de transmissão oral do parasito por este animal e, representam contribuição fundamental para a compreensão da epidemiologia da doença em áreas livres de barbeiros domiciliados.
A campanha se estenderá até o dia 8/3, Dia internacional da Mulher, com a apresentação da biografia de Adele Schwartz Benzaken, médica sanitarista, responsável pela instalação do primeiro ambulatório de DST do Amazonas. Atualmente diretora da Fiocruz Amazônia, Adele foi também diretora da Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta, oficial do Programa das Nações Unidas para HIV/Aids (Unaids/Brasil) e diretora do Departamento de IST/HIV/Aids da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Tem como marca registrada o olhar sobre as pessoas e as políticas públicas de saúde que possam promover a melhoria da qualidade de vida sobretudo das populações mais vulnerabilizadas
SIMBOLOGIA DA DATA
O Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro, foi instituído em 2015 pela Assembleia das Nações Unidas e passou a integrar o calendário de eventos do ILMD/ Fiocruz Amazônia, em 2019. Sob a liderança da Unesco e da ONU Mulheres, o evento acontece em diversos países, com atividades que visam dar visibilidade ao papel e às contribuições fundamentais das mulheres nas áreas de pesquisa científica e tecnológica.
Da Assessoria