Com a baixa adesão da vacinação infantil e a alta circulação da variante Ômicron da Covid-19 no Amazonas, pesquisadores em Saúde Pública e professores avaliam que a volta às aulas presenciais no atual momento da pandemia representa um risco para estudantes e profissionais da educação.
O retorno das aulas é acompanhado de perto pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sinteam), já que a vacinação do público de 5 a 11 não está em estágio avançado em comparação com outras faixas etárias.
No início do ano o sindicato enviou ofícios a Seduc e Semed questionando as medidas que seriam tomadas para assegurar um retorno seguro para o ensino presencial.
Para o diretor financeiro do Sinteam, Cleber Ferreira, reparos de adequações ainda precisam ser feitos nas escolas para assegurar um retorno seguro a sala de aula.
Dados do Vacinômetro da Prefeitura de Manaus atualizados na terça-feira (1º), apontam que mais de 20 mil crianças de 5 a 11 anos de idade tomaram o imunizante contra o coronavírus. Quantidade ainda baixa, já que atualmente cerca de 153 mil crianças dessa faixa etária estudam em escolas da rede municipal da capital.
Preocupado com a vacinação do público infantil, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), anunciou que o comprovante de imunização passará a ser exigido em escolas municipais da capital.
Diferente de estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, o Governo do Amazonas não vai exigiro comprovante de vacinação no retorno presencial das aulas marcado também para o dia 14 de fevereiro.
Para o epidemiologista da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, o retorno presencial das aulas precisa ter uma avaliação mais aprofundada, considerando a fase vermelha de transmissão da Covid no estado.
Para Jesem Orellana, além de ampliar a cobertura de imunização, é preciso ampliar as medidas não farmacológicas de prevenção e controle da pandemia com o ensino presencial nas escolas.
Dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), mostram que em janeiro, 156 casos da doença foram registrados entre crianças e adolescentes de 5 a 19 anos. Desses, 46 foram em crianças de apenas 5 anos.
Questionada pela BandNews Difusora, a Semed emitiu comunicado sobre as medidas sanitárias que devem ser tomadas no retorno presencial das aulas.
Em nota, a pasta municipal informou que segue todas as recomendações dos órgãos de saúde, com escolas equipadas com dispensers de álcool em gel, sinalização de distanciamento, higienização das mãos e uso obrigatório de máscara.
No entanto, a pasta não informou se está prevista distribuição de máscaras cirúrgicas ou de pano para profissionais de educação e estudantes.
Até o fechamento da reportagem, a Secretaria de Estado de Educação não respondeu sobre o assunto.
Reportagem: Ricardo Chaves