Início do ano letivo é tema de jornada pedagógica aos professores indígenas

Com o intuito de orientar para a abertura do ano letivo das unidades localizadas na zona ribeirinha, é iniciada uma jornada pedagógica com os professores indígenas, que atuam nas escolas indígenas da Secretaria Municipal de Educação (Semed). O encontro ocorreu nessa terça-feira (4), no Centro Municipal de Educação Especial André Vidal, bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul, e segue até quinta (6).

A jornada contou com palestras, oficinas e informativos sobre a implementação da proposta pedagógica curricular da língua indígena kambeba e nheengatu, que entrará em vigor nas escolas indígenas: Kunyata Putira, Arú Waimi, Kanata T-Ykua, Puranga Pisasú, localizadas na zona ribeirinha.

“Serão três dias de jornada, neste ano optamos em fazer um evento de um jeito diferente na forma de oficinas, divididas por níveis: primeiro dia, educação infantil; segundo dia, primeiro ao terceiro ano; e no último dia, do quarto ao quinto ano. As oficinas têm um caráter prático, onde colocamos os professores para organizar planos de aula, construir atividades e darmos orientações no que possuem dificuldades”, destaca a chefe da Gerência de Educação Escolar Indígena (Geei), da Semed, Giovana Oliveira, sobre a dinâmica da jornada.

Reconhecimento

A educação indígena é uma das prioridades da gestão David Almeida, que sancionou, em setembro de 2021, a lei n° 2.781/2021, que trata sobre a criação da categoria da escola indígena, além de dispor sobre a elaboração de cargos de profissionais de Magistério Indígena, regularização dos espaços de estudos da língua materna e conhecimentos tradicionais indígenas em unidades da Semed.

Um dos participantes da jornada pedagógica é o diretor da escola indígena Kanata T-Ykua, localizada na comunidade Três Unidos, à margem esquerda do rio Negro, que atende 35 alunos da educação infantil, professor Raimundo Kambeba. 

“A jornada é um avanço muito grande para a educação indígena em Manaus. Acompanhamos os esforços do prefeito David Almeida e do secretário Pauderney Avelino em nos apoiar e aprovar a língua indígena como uma disciplina nas escolas indígenas de Manaus. Esse encontro valoriza as nossas ações, porque precisamos de uma educação diferenciada, específica e comunitária, para que nossas crianças aprendam a escrever e ser alfabetizadas na língua portuguesa e indígena”, enfatiza.

Para a professora Raynete Dias, que também atua na escola Kanata T-Ykua, o reconhecimento pela lei n° 2.781/2021 vai contribuir bastante para sua atuação em sala de aula.

“A aprovação da língua indígena é um marco para nossas escolas, assim neste ano de 2022 vamos contribuir ainda mais para a formação de nossos alunos”, comenta.

A rede municipal conta com quatro escolas municipais indígenas, voltadas a 480 estudantes, que fazem parte dos 22 Espaços de Estudos da Língua Materna de Conhecimentos Tradicionais.