A exclusão digital impacta a vida dos estudantes amazonenses. Segundo pesquisa do IBGE divulgada nesta semana, em 2020, pouco mais de 30% dos alunos de 6 a 17 anos frequentaram escolas sem atividades presenciais e sem oferta de atividades escolares.
Em um contexto onde o aprendizado só pode ser feito a partir da internet, já que as aulas são remotas, crianças e adolescentes em vulnerabilidade são deixados de lado, mesmo no ensino público.
Thayná Lima está finalizando o ensino médio, e conta que, durante o período de aulas remotas, a escola dela não ofereceu nenhum apoio com os equipamentos para os alunos que não tinham condições financeiras favoráveis:
De acordo com o levantamento do IBGE, somente 4,7% das escolas públicas disponibilizaram equipamentos para uso do aluno durante a suspensão das atividades presenciais.
A pedagoga Fernanda Delfino afirma que é fundamental levar em conta os diferentes contextos sociais e familiares dos estudantes no planejamento da educação em tempos de pandemia:
Para além dos impactos na educação, a ausência de aulas também prejudica o desenvolvimento pessoal das crianças, como destaca a pedagoga:
A analista do IBGE, Betina Fresneda, avalia que os dados levantados apontam para problemas educacionais a longo prazo:
Segundo o monitoramento global do fechamento de escolas causado pelo coronavírus, da Unesco, o Brasil está entre os países que tiveram o maior período de suspensão das aulas presenciais.
A maior média de dias de suspensão das atividades presenciais nas escolas foi na Região Nordeste.
No entanto, a maior diferença entre a rede pública e a privada no tempo médio de paralisação das atividades presenciais foi na Região Norte, com pouco mais de 84 dias.
Reportagem: João Felipe Serrão