Visando o 2º turno das eleições de 2024, você sabe ‘quanto vale o seu voto?’

Parece soar meio estranho quando ouvimos ou pensamos qual o valor do meu voto. Colocado na primeira pessoa, sim, o meu e o seu voto: quanto vale? Começar esse texto fazendo essa pergunta não irá ferir qualquer regra da justiça eleitoral, da cultura de uma sociedade, muito menos de sua moral ou ética, mas sim de sua consciência às vésperas da votação. Principalmente para aqueles que ainda não decidiram sua escolha.

Essa festa da democracia em que estamos vivendo, onde para alguns se assemelha a um carnaval ou até mesmo a uma partida de futebol entre seus times e agremiações favoritos. Emana em alguns um tipo de emoção que neste momento vem carregado de grande intensidade competitiva, pois sempre queremos que nosso candidato seja eleito pela maioria dos votos. Muitas vezes nem sabemos o porquê estamos votando nele, mas simplesmente porque em um dado lampejo de consciência ou não, depositamos nosso voto, colocando na mesa nossas apostas naquele que me dará algum retorno.

Durante todo o período de convencimento da população em levá-la a urna para escolher o postulante a político, sempre aparece as diversas técnicas, modos operacionais e canais de comunicação que se possa vender a melhor ideia de que fulano é melhor do que beltrana. Os profissionais de marketing são uns verdadeiros mestres nessas ações extraordinárias para tocar no coração do eleitor e florar dentro dele as famosas necessidades da pirâmide do xará Abraham H. Maslow, principalmente a segunda delas: a segurança (financeira). Sabendo estes profissionais de que despertam também algo gratuito e poderoso no ser humano: o poder da autorreflexão. Por que devo votar nesta candidata ou candidato? O que irei ganhar em votar nesta opção?

Em recentes corridas eleitorais fora exageradamente comentado na sociedade novos conceitos para o voto: voto de legenda, voto de cabresto, voto de minerva, voto em branco, voto nulo, voto de coeficiente eleitoral, e o mais recente, o tal do voto útil. Este último o mais “doce” dito da boca de pseudo-intelectuais.

E o que é esse tal de voto útil?! Para alguns, em um contexto de indignação política, é onde comparamos um candidato a outro que agrada ou desregrada mais o eleitor. Esse conceito dado ao voto em ser útil, seria votar em alguém que mesmo você não gostando dele é melhor para tirar aquele que você não gostaria de maneira alguma que fosse eleito. Opa?! Espera aí! Como assim?! Votar em alguém e não votar no outro, mesmo sabendo que não comungo das ideias dele e mesmo assim estarei votando nele só porque não gosto tanto assim do outro para que venha ser eleito?! Parece ser confuso, mas realmente é!

O voto sempre será útil pelo simples fato de ser usado, porém, como estamos usando nosso voto? Estamos vestindo uma nova moda, agora com tendências da estação eleitoral que devamos ir como todos estão indo e usarmos esse tal voto útil como um traje (desculpa) posto em uma “arara” de loja? Ou usando ele como mais uma nova trend da internet, para sermos vistos e integrados a sociedade (terceira necessidade de Maslow) repetindo como chiclete: Bora útil! Bora voto útiiiiiillllll…?

O conceito do voto não deva ser dado por uma construção lógica, matemática de que votando em X estarei tirando Y. O voto tem um valor ainda maior que não cabe variáveis (cifras) monetárias, pois vem do subconsciente e chega a consciência humana e assim se transforma em seu valor ideológico das ideias e ideais de seu preferido das urnas. Vanglorioso foram as atitudes de raras entidades que investiram em campanhas publicitárias divulgadas em rádio, televisão e redes sociais que estimularam e valorizaram o voto pela consciência do eleitor.

Todos os postulantes, sem exceção, tem boas intenções com o eleitorado. Uns vem com histórias ruins de corrupção, mal uso do dinheiro público, fichas sujas, rompimento de conceitos espirituais religiosos, familiares etc… e outros vem com histórias boas sem corrupção, bom uso dos recursos públicos, valorizando e respeitando o conceito de família, religiões e prosperidade humana. Cabe ao eleitor identificar se os valores ideológicos de seu preferido converge com seus valores morais e éticos de um futuro promissor à sociedade. Se não convergir é uma opção não votar nele, mas se convergir também é uma opção em votar nele. Isso, sim, é dar o real valor e utilidade a seu voto, ou seja, sendo útil.

Usando o bordão da famosa campanha publicitária de um cartão de crédito: seu voto não tem preço e sim valores intimamente seus. Vote com consciência. Vote em seus valores.

Artigo do escritor, engenheiro e eleitor Abraão Rodrigues Lira