A Polícia Federal deflagra a Operação Brazilian Cricket contra esquema de fraudes em cartórios e em sistemas informatizados da União, além de estelionato e lavagem de dinheiro no sul do Amazonas.
Mais de 40 policiais federais cumpriram nesta quarta-feira (5/6) três mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão nos estados do Acre, Amazonas e Bahia, dois deles na Superintendência do INCRA, em Manaus.
Os envolvidos também tiveram os bens bloqueados em um total de R$ 100 milhões. Entre os bens estão imóveis, veículos e uma aeronave.
A investigação é um desdobramento da Operação Xingu, que, em agosto de 2023, prendeu grupo de desmatadores, incluindo um dos condenados pelo assassinato da missionária americana Dorothy Stang.
As investigações apontam que uma organização criminosa atuante no sul do Amazonas, constituída por uma família de grileiros, servidores do INCRA e outros operadores, responsáveis pela prática manipulavam matrículas de imóveis e sistemas da União para legitimar propriedades privadas localizadas dentro dos limites da Floresta Nacional do Iquiri/AM.
Com apenas uma propriedade desmembrada o grupo lucrou mais R$ 40 milhões.
O líder da organização criminosa e principal alvo da operação é considerado pela Polícia Federal como um dos maiores grileiros atuantes hoje no sul do Amazonas. Estima-se que o grupo tenha grilado mais de 100 mil hectares de terras da União.
Outro investigado no esquema, que é ex-oficial de Cartório em Pauini–AM, encontra-se preso em Manaus–AM pelo envolvimento no homicídio de um advogado da família de grileiros, ocorrido no fim de 2023.
O grupo criminoso vai responder por falsidade ideológica, estelionato, peculato-eletrônico e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem ultrapassar 20 anos de prisão.
Da redação.