A advogada Catharina Estrella, que no ano passado foi vítima de autoritarismo ao ser chamada de “cadela” por um promotor de Justiça durante uma audiência no Tribunal do Júri, falou sobre o episódio em entrevista concedida ao radialista Valdir Correia, nesta quarta-feira (6), dentro da programação da Campanha Elas Têm o Poder 2.0.
Como mulher, advogada e mãe, em luta pelos direitos das mulheres, a operadora do direito lamentou ocorrido, que ainda é muito presente na nossa sociedade.
“Infelizmente esse tipo de violência ainda é comum, de mulheres serem atribuídas a nomes de animais e outras coisas como forma de humilhação, e isso aconteceu dentro de um tribunal. Eu quero aqui deixar bem claro para todas as pessoas que já foram vítimas de qualquer tipo de crime, principalmente, as mulheres seja agressão física, verbal, cárcere privado, crimes contra a violência sexual, tudo isso, a culpa nunca é da mulher. A responsabilidade daquele ato é de quem praticou. No meu caso, quem tem que dar explicações porque que me xingou naquele ato é o promotor de justiça, hoje ex-promotor de Justiça”, ponderou.
Segundo Estrella, em casos semelhantes, é preciso encorajar as mulheres. O que cabe a vítima nessas situações é se resignar, não concordar, gritar.
“E o grito do direito é denunciar, é levar as providências as autoridades que no Brasil nos temos leis e isso é importante que se diga. Hoje nós temos leis que protegem os direitos das mulheres. Porque nesses últimos 200 anos, por isso a importância do mês de março, são inúmeras conquistas das mulheres decorrentes de movimentos sociais trazendo melhorias no ambiente de trabalhado, melhorias nas questões relacionadas a gênero, melhorias em relação até a vida familiar desta mulher. Porque proteger um filho é também proteger uma mulher. Nós ainda estamos em ascensão”, pontuou a advogada criminalista.
Sobre a participação da mulher na advocacia, Catharina Estrella considera que as mulheres, na geração dela, estão mais ativas. “Na década de 80, cada vez mais as mulheres se fizeram presentes. Temos na área jurídica um avanço, porque antes as faculdades de direito, no início, não podiam ter mulheres. Hoje nós somos maioria na advocacia. E com tantas lutas temos suporte, ouvidorias para fazer registros dos assédios ocorridos, nós temos também políticas públicas para os direitos das mulheres, com critérios de paridade”, disse.
Neste mês dedicado a mulher, as rádios Difusora e BandNews Difusora realizam a campanha Elas Têm o poder 2.0, com entrevistas, reportagens e podcasts especiais sobre mulheres que inspiram. Que mulher te inspira? Vem e conta essa história pra gente! (92) 99504-0969.
Confira a entrevista completa aqui.