Por Liandre Coutinho
Candidatos aprovados na Universidade Federal do Amazonas relatam indignação e prejuízos pela suspensão das matrículas.
A decisão afeta mais de 5 mil pessoas que concorreram a uma vaga a partir do Sistema de Selação Unificada (SISU) 2024, com a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
É o caso de Renner Martins, ribeirinho e morador da Comunidade do Catalão, próxima ao encontro das águas. Com a estiagem, ele precisou redobrar os esforços para ser aprovado na universidade. (Ouça)
A situação é decorrente da decisão judicial que suspendeu a bonificação de 20% na nota do ENEM aos candidatos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas do Amazonas e que concorrem à Ufam pelo SISU.
Segundo a determinação do Supremo Tribunal Federal, o bônus é uma forma de discriminação que fere a ampla concorrência.
A presidente do Diretório Central dos Estudantes da Ufam, Rita Vieira, entende que a medida é preocupante. (Ouça)
Além dos candidatos prejudicados, a decisão é repudiada pelo participante da associação de Pós-graduandos da UFAM, Cristopher Rocha. (Ouça)
O pró-reitor de ensino e graduação da Ufam, Professor David Lopes Neto, expressou que o sentimento é compartilhado pela universidade. (Ouça)
Em nota de repúdio, a Universidade Federal do Amazonas disse que a legalidade da bonificação se fundamenta, principalmente, no objetivo nacional de reduzir as desigualdades sociais e regionais, de acordo com o Art. 3°, III, da Constituição Federal, assim como no princípio de autonomia universitária.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) afirmou em nota que a decisão do STF fere a autonomia universitária e as políticas de desenvolvimento regional aplicadas pelas universidades federais.
