O rio Amazonas apresenta uma extensão de aproximadamente 7 mil quilômetros. No Brasil, ele recebe o nome de Solimões, no município de Tabatinga; é quando ele segue o seu curso para encontrar o Rio Negro, próximo à cidade de Manaus.
Em agosto, as águas do rio Amazonas começam a recuar, dando início à estação da seca, que se torna mais acentuada em outubro, quando as temperaturas se elevam.
O fenômeno natural impacta diretamente as embarcações, e torna os percursos entre Manaus e o interior mais longos. Os efeitos são sentidos há dois meses, de acordo com o Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma).
De acordo com o vice-presidente da Sindarma, Mádson Nóbrega, essas mudanças encarecem o valor do transporte, por causas ligadas ao combustível. (Ouça)
O baixo nível das águas também impossibilita os barcos, que partem da capital transportando mercadorias essenciais, de chegarem a localidades. (Ouça)
Até o momento, todos os 62 municípios do estado estão sob impacto da estiagem. Conforme o levantamento realizado pelo Centro de Monitoramento e Alerta (Cemoa), três municípios estão situação de emergência; são eles: Tefé, Benjamin Constant e Uarini.
Outras 17 cidades estão em estado de atenção e 39 em situação de alerta. Os habitantes das regiões do Médio e Alto Solimões também sofrem com a ausência de água potável.
O geógrafo e mestre em Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Carlos Durigan, avalia que o período de seca pelo qual o Amazonas está passando em 2022 apresenta características de determinadas tendências dos últimos anos. (Ouça)
Carlos Durigan atua há 20 anos na Amazônia e ressalta que a gestão pública necessita atuar em duas frentes em meio ao cenário de emergência climática.
O governador do estado compartilhou, nesta quarta-feira (19), o plano de ação da Operação Estiagem 2022, que inicialmente contará com investimento de cerca de R$ 50 milhões para dar suporte às famílias afetadas no Amazonas.
A operação abrange as ações da Defesa Civil e de outras áreas, como saúde e abastecimento de água, ajuda humanitária com envio de alimentos e medicamentos, renegociação de dívidas e fomento para produtores rurais.