Famílias que residem na comunidade da Sharp, no bairro Armando Mendes, na Zona Leste, conheceram as regras de reassentamento do Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamim+), nesta semana. A área será beneficiada com as intervenções do programa do Governo do Amazonas e as famílias serão indenizadas mudando para um endereço com melhores condições de saúde e infraestrutura.
O coordenador executivo da Unidade Gestora de Projetos Especiais do Governo do Amazonas (UGPE), Marcellus Campêlo, que responde pelo programa, informou que um dos habitacionais para onde irão parte dos reassentados já está em obra na avenida General Rodrigo Otávio, no Japiim. “Também já está licitado um segundo habitacional, na Cachoeirinha, aguardando a ordem de serviço para iniciar a obra”, afirmou.
De acordo com a UGPE, a reunião é o primeiro passo do plano de reassentamento das 2.580 famílias alcançadas pelo Prosamin+, lançado pelo governador Wilson Lima. O encontro está acontecendo na Escola Municipal Aristóteles Comte de Alencar, zona leste, com o objetivo de criar uma dinâmica de abordagem de forma semanal, envolvendo moradores tanto da comunidade da Sharp quanto da área da Manaus 2000, outro ponto previsto para ser frente de obra.
Segundo a subcoordenadora de projetos sociais da UGPE, Viviane Dutra, essas reuniões apresentam informações gerais sobre o programa, porém serão um espaço para atendimento individual aos moradores. Ela afirma que as equipes verificam a realidade de cada família inserida na área de intervenção.
“O objetivo dessa reunião são dois principais: o primeiro é mostrar para as pessoas o que vai ser feito, porque a casa delas vai ser desapropriada. Ninguém pode sair da área de intervenção do Prosamin+ sem saber o porquê, o que vai ser feito, porque vai ser construído, o que a cidade ganha com a intervenção. O outro ponto é a gente mostrar para as famílias qual o perfil dessas famílias e quem vai ser atendido conforme o perfil”, destacou Viviane.
Viviane acrescenta, ainda, que o órgão vem atuando desde o início do projeto com os Grupos de Apoio Local (GAL), responsável pelo contato e o repasse de informações diretamente para as lideranças comunitárias, que se encarregam de informar os moradores.
“No programa existe o programa previsto para o proprietário morador, o proprietário não morador, para o inquilino, para o cedido. A ideia é mostrar para eles qual o atendimento cabível para cada perfil, e tranquilizar as pessoas que têm um imóvel dentro da área mas que de repente não residam ou que só desenvolvam uma atividade comercial, mostrando que no diagnóstico foi mapeado todas essas situações”.
Orientações – A idosa Sônia Regina Almeida, de 61 anos, é uma das moradoras da comunidade da Sharp e está na expectativa pelas melhorias. “É muito importante. A gente precisa saber para onde a gente vai e o que vai ser feito para nós. Fiquei satisfeita, não tenho nada para reclamar. Estou ansiosa pela chegada e se dissessem hoje ‘a senhora vai sair’ seria uma alegria ainda maior, mas vamos esperar, não podemos também fazer as coisas nas ‘carreiras’. Vamos esperar sim e ter um pouco de paciência”, afirmou Sônia.
Gentil Prazeres, de 56 anos, vive na área há 16 anos e reconheceu a importância do diálogo entre os moradores e o Governo do Estado.
“Acredito que sim, apesar de muitas pessoas pensarem o contrário, é um passo a passo, é tipo ‘formiguinha’, temos que botar na cabeça e ter consciência do que está sendo feito e do que vai ser feito para o futuro. Acredito que daí para frente vai sair alguma coisa. É um desejo meu e de muitos moradores”.
Intervenções – A nova etapa do Prosamin+ tem investimento de cerca de R$ 542 milhões, financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com contrapartida do Estado. As intervenções iniciam no bairro Japiim, zona sul, seguindo o curso do Igarapé do Quarenta até a comunidade da Sharp, alcançando pela primeira vez a zona leste, uma das mais populosas e carentes de infraestrutura em Manaus.
O programa vai beneficiar cerca de 60 mil pessoas com obras de saneamento básico, como coleta e tratamento de esgoto e água tratada, requalificação urbanística, drenagem urbana, tratamento de áreas de risco socioambiental e reassentamento em moradia digna. Serão removidas de áreas de risco 2.580 famílias. O programa irá construir 648 unidades habitacionais e oferecer também outras soluções de moradia às famílias.